Já passou demais da hora a implementação das cidades-esponjas em todo território gaúcho. Precisamos urgentemente transformar nossas cidades em esponjas – em sistemas capazes de absorver, armazenar e filtrar a água da chuva, reduzindo o impacto de alagamentos e aumentando a disponibilidade de água em período de escassez hídrica.
O foco é empenhar todos esforços nessa reconstrução e tentar evitar novas catástrofes como essa que estamos sofrendo. É preciso correr atrás do que ainda não foi destruído e nos agarrar com unhas e dentes e raízes de agroflorestas para impedir o fim total do que resta do nosso bioma Pampa.
O cavalo no telhado é nosso símbolo de força e resistência gaúcha. Mas será mesmo que precisávamos provar isso com tanto sofrimento? Com tanto descaso aos avisos de ambientalistas? Com tantas vidas perdidas?
As projeções de câmbio climático já apontavam para chuvas aqui no sul, cada vez mais intensas e em períodos mais concentrados com grandes enchentes, seguidas de estiagens. Isso já é real e não pode mais ser negado.
Sabemos que tudo é político, que toda decisão tem lado e quando o governador Eduardo Leite optou por cortar e alterar quase 500 pontos do Código Ambiental do RS, que já foi exemplo em outros tempos, a escolha não foi pela manutenção dos seres vivos, muito menos pela defesa do Pampa, mas sim pelo lucro acima de tudo e todos.
A luta pelas vidas continua, saúde física e psicológica são prioridades agora. A verdadeira revolução é essa, a de ser “gauche” na vida. Vamos lá povo gaúcho, da lama ao caos, vamos cevar um mate muito amargo ainda.
Que a gente consiga fortalecer ainda mais essa importante teia de apoio ao sul. Em nosso município compomos a Rede de Solidariedade de Novo Hamburgo que já preparou e entregou mais de 4.700 marmitas e 300 kits de sobrevivência para pessoas atingidas no Vale do Sinos.
Participe e contribua como puder >> Acesse a Rede de Solidariedade NH
Cátia Cylene
Movimento Roessler para Defesa Ambiental