Movimento Roessler

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Uma reflexão sobre sapos, ecologia e política

Reza a lenda que, se um anuro fosse colocado em uma panela com água quente, ele saltaria para fora imediatamente; porém se a água estivesse fria, e fosse aquecida aos poucos, o pobre batráquio seria cozido vivo sem coaxar. Entretanto, é provável que, se tal crueldade fosse experimentada com muitos sapos, alguns ainda perceberiam que algo de errado estava a acontecer e tentariam pular para fora da panela a tempo de se salvar.

As pessoas que compreendem a gravidade do acelerado processo de degradação ambiental do planeta pelo impacto da civilização humana tendem a agir como esses sapos mais espertos, porém logo se dão conta de que não há para onde saltar, sendo necessário interromper e reverter o processo. Para isso, se organizam em entidades que têm por objetivo lutar pela conservação do meio ambiente, a exemplo do Movimento Roessler.

Dessa forma muito se conquistou nas últimas décadas. Porém a situação ambiental atual do planeta, quase no limiar da terceira década do século XXI, parece desanimadora e, sob certos aspectos, catastrófica. Evidências há: abundantes, preocupantes e irrefutáveis – exceto para os obscurantistas que negam a ciência – sabe-se lá movidos por que ânimo, recalque, ou recompensa. São como aqueles sapos menos espertos, que não percebem, ou não ligam para o seu destino.

Parte considerável das mazelas ambientais pode e deve ser creditada aos grandes responsáveis: políticos de visão tacanha, egoísta, preconceituosa e imediatista que se aproveitando das fraturas sociais, a cada dia mais expostas, conseguem chegar ao poder para então traírem a confiança dos eleitores de boa-fé, ferindo a democracia que lhes concedeu mandatos ao adotar uma assustadora agenda de desmonte de quase tudo aquilo que se havia conquistado até então pelo trabalho de várias gerações de abnegados conservacionistas.

Como consequência dessa ação nefasta, uma sucessão infindável de desastres ambientais vem causando sobressalto aos que compreendem a gravidade da situação. Sem muito otimismo se espera que os remédios da democracia permitam reverter esse quadro com a brevidade possível, embora tendo em mente que a recuperação dos danos gravíssimos causados à natureza e provocados por tanta infâmia poderá demandar mais tempo do que a nossa própria expectativa de vida.

Não resta dúvida: é necessário e urgente que, de uma vez por todas, a agenda ambiental ocupe lugar nos executivos e legislativos. As principais preocupações dos políticos e dos eleitores costumam ser meramente conjunturais e circunstanciais, enquanto a conservação do meio ambiente é pressuposto básico para a continuidade de todas as formas de vida, das quais depende a vida humana.

Assim sendo, entende-se imprescindível atuar na política de forma cada vez mais incisiva em nome da conservação ambiental: ou pela construção de candidaturas para buscar mandatos coletivos que sejam comprometidos com a causa ecológica, ou pela exigência de posicionamentos mais claros dos candidatos em relação às pautas ambientais decisivas, ou por uma forte cobrança de coerência daqueles que forem eleitos, denunciando-se os desonestos e traidores, à sociedade e à Justiça, para que venham a ser punidos pela aplicação da Lei, ou através do voto – exatamente aquilo que se espera em relação aos criminosos ambientais de hoje.

Enquanto isso, sejamos sapos espertos para que os nossos girinos e os girinos deles possam vir a nadar em água fresca!

Gerson Rolim Guidobono

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