Movimento Roessler

roessler@movimentoroessler.org.br

Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors

Tá ruim, mas tá bom

É muito preocupante esta condição de “tanto faz” que estamos vivendo há um tempo. Estamos nos acostumando a aceitar com apatia a usurpação de direitos e um arrocho geral das coisas que eu não lembro de ter vivido (talvez no tempo do Império fosse pior, apesar as novelas tentarem fazer-nos acreditar que não).

Parece haver uma anulação progressiva das vozes de pessoas e de organizações da sociedade dedicadas ao coletivo. Ainda que muitas destas organizações tenham participação em conselhos e lhes seja permitida a manifestação de opinião, parece tudo montado para que estas participações tenham apenas o propósito de legitimar decisões prontas. Votação em regime de urgência, votação simbólica, baciada e abertura de porteira para a boiada.

Um novo tipo de colonização, uma colonização interna (parafraseando Ailton Krenak), em que a minoria cada vez mais empoderada abocanha bens e serviços da maioria cada vez mais cordata e pobre.

Foi assim com as fundações públicas do RS (FEPPS, FEE, FZB, TVE) e agora se pretende com a CORSAN.

Para aqueles que acham que extinguir órgãos públicos é uma boa para a economia, valeria uma pesquisa para saber quanto o Estado está gastando para suprir aquelas demandas antes supridas pelas Fundações.

Com cada vez mais gente morando em cidades, o tratamento e distribuição da água passam a ter uma importância cada vez maior. Pode se transformar num ótimo negócio. E isto não passa despercebido pelo faro do capital. Depois de mais de 50 anos investindo em infraestrutura e equipamentos, e com uma história recente de superávit, a CORSAN agora está madura para passar às mãos do capital privado.

Se é tão complicado e oneroso prover água tratada e fazer o tratamento do esgoto, como querem fazer acreditar aqueles que estão com a caneta na mão, por que o capital privado se interessaria tanto? Por altruísmo?

No caso da CORSAN chegamos a um ponto visceral da dominação do capital privado sobre o público. Digo visceral porque a água é tão importante para nós que a trazemos conosco.

Estamos nos colocando por inteiro nas mãos dos invisíveis.

Se não por inteiro, pelo menos 60%, que o é nosso peso em água.

Julian Mauhs
Biólogo

NOS ACOMPANHE
NAS REDES SOCIAIS
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
Compartilhe
Pular para o conteúdo