Líder da produção de arroz orgânico da América Latina,MST comemora 19ª Festa da Colheita do Arroz Agroecológico

Líder da produção de arroz orgânico da América Latina, MST comemora 19ª Festa da Colheita do Arroz Agroecológico Famílias assentadas do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) comemoram nesta sexta-feira (18), a 19ª Festa da Colheita do Arroz Agroecológico. Em todo o Rio Grande do Sul, a produção do alimento é feita por 296 famílias, em 14 assentamentos, que se dividem em 11 municípios gaúchos. A estimativa é que sejam colhidas mais de 15 mil toneladas de arroz. O evento ocorre na sede da Cooperativa de Produção Agropecuária Nova Santa Rita (Coopan), em Nova Santa Rita, na região Metropolitana de Porto Alegre. A comemoração conta com Feira da Reforma Agrária, com representação de cooperativas do MST de outros estados; apresentação cultural do Grupo Unamérica e participação de entidades parceiras, populares, sindicais e políticas. De acordo com Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), o MST é considerado o maior produtor de arroz orgânico da América Latina e segue nessa posição há mais de 10 anos. Segundo Martielo Webery, do setor de comercialização da Cootap, as famílias camponesas estimam colher, na safra 2021/2022, mais de 15 mil toneladas, cerca de 310 mil sacas de 50 kg do produto, em aproximadamente 3.196,23 hectares. “Para nós do MST, essa edição da Colheita do Arroz Agroecológico tem uma enorme importância. Queremos celebrar esse momento com a sociedade gaúcha e brasileira, pois essa é uma construção coletiva das cooperativas e das famílias assentadas. A nossa produção orgânica é uma alternativa, onde a vida das pessoas e o cuidado com a natureza estão acima do lucro”, pontua Marildo Mulinari, do setor social organizativo da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap). A reconhecida produção gaúcha do arroz agroecológico do MST é coordenada por nove cooperativas conquistadas por meio da luta do movimento pela Reforma Agrária Popular e produção de alimentos saudáveis, livres de veneno. O cultivo principal é de arroz orgânico nas variedades agulhinha e cateto. Em todo o estado, a produção do alimento é feita por 296 famílias, em 14 assentamentos, que se dividem em 11 municípios gaúchos das regiões Metropolitana, Sul, Centro Sul e Fronteira Oeste. Campesinos realizam ato simbólico de colheita de arroz NOS ACOMPANHENAS REDES SOCIAIS Facebook Instagram Youtube ÚLTIMAS NOTÍCIAS Líder da produção de arroz orgânico da América Latina,MST comemora 19ª Festa da Colheita do Arroz Agroecológico Read More Movimento Roessler aciona MP sobre o arboricídio no Parcão Read More 45 anos resumidos numa estampa Read More Direitos da Natureza Read More PrevAnteriorComitesinos institui GT para definir mecanismo e preço pelo uso da água Próximo45 anos resumidos numa estampaNext Compartilhe
Comitesinos dá seguimento ao VerdeSinos etapa 4

Comitesinos dá seguimento ao VerdeSinos etapa 4 O Comitesinos está em processo de renovação do plenário. Após atender às resoluções 230/237 do Conselho de Recursos Hídricos do Estado, que regulamentam a descrição e a distribuição de vagas na composição dos comitês de gerenciamento de bacia gaúchos, o Comitesinos dá sequência ao seu processo de renovação de entidades-membro e diretoria para o biênio 2022-2024. Mensalmente os parceiros do Projeto VerdeSinos se reúnem para discussão, planejamento, troca, qualificação, capacitação dos técnicos e para manutenção das atividades em rede — o grande diferencial dessa iniciativa permanente que já dura mais de 15 anos e que trouxe resultados concretos para a sustentabilidade econômica, social e ambiental da bacia hidrográfica do Rio dos Sinos, sempre com foco na água.’ Na foto, nova placa de identificação do Verdesinos instalada numa das Unidades de Referência integrante da 4ª etapa do projeto – Centro de Educação Ambiental Ernest Sarlet, de Novo Hamburgo. NOS ACOMPANHENAS REDES SOCIAIS Facebook Instagram Youtube ÚLTIMAS NOTÍCIAS Comitesinos dá seguimento ao VerdeSinos etapa 4 Read More Movimento Roessler aciona MP sobre o arboricídio no Parcão Read More 45 anos resumidos numa estampa Read More Direitos da Natureza Read More PrevAnteriorComitesinos institui GT para definir mecanismo e preço pelo uso da água Próximo45 anos resumidos numa estampaNext Compartilhe
Sobre acolhimento e amor

Sobre acolhimento e amor Há controvérsias sobre acolher e tratar filhotes que caem dos ninhos, o que acontece muito na primavera. Deixar a natureza agir, ou interferir? Colocando-me no lugar deles, eu resgato. Pensa na cena: tu, um bebê chorando desprotegido e se ninguém te socorrer?… Aprendi com a minha mãe e perdi a conta dos salvamentos que fizemos juntas; continuo com essa tarefa enriquecedora e nesse momento tem um sanhaçu azul cinzento dormindo dentro de casa, o Jambu. Para quem não sabe, hoje está bem mais fácil essa incumbência. Além da clássica seringa bem fina (sem agulha, óbvio, rsrsrs), tem alimentos completos nas pecuárias, inclusive minhocas desidratadas e há os comedores de frutas. Uma questão de pesquisar a espécie resgatada e o tempo de iniciar cada tipo de alimento. Inicia numa caixa com poleiros e se não tiver um local na casa, logo que começa a voar deverá ficar numa gaiola temporária, com água. Aliás, eles adoram banho! Borrifar uma vez por dia, assim que tiverem bem empenados. O Jambu “pede” e borrifo todo dia. Continua tratando com seringa até aprender a comer sozinho e a soltura só deverá ocorrer quando souber voar e comer totalmente sem a seringa. Nos primeiros dias após a soltura, o ideal é deixar a gaiola aberta, os alimentos e água disponíveis fora da mesma, até que aprenda a procurar por conta própria. Isso só os pais legítimos ensinam. A dedicação te faz amar muito esses pequenos seres e o observar diariamente é surpreendente!! A inteligência inata e o instinto de sobrevivência chegam a ser comoventes quando acompanhamos tão de perto. Como diz minha amiga Helena Oliveira, “é como se tivessem conversando com a gente e mais do que em tempos atrás, hoje, essa comunicação está mais afinada”. Ela diz ainda e concordo: “certamente nós estamos menos arrogantes”. Afinal, nós aprendemos com eles e não me sinto tão inteligente quanto, pois não sigo metade dos instintos naturais. Se agíssemos de acordo com as leis da natureza, certamente o mundo estaria em equilíbrio. Silvana Santos Ilustradora, companheira do Cláudio, mãe de bichos, cozinheira, participante do Movimento Roessler e buscadora de harmonia. NOS ACOMPANHENAS REDES SOCIAIS Facebook Instagram Youtube ÚLTIMAS NOTÍCIAS Sobre acolhimento e amor Read More Movimento Roessler aciona MP sobre o arboricídio no Parcão Read More 45 anos resumidos numa estampa Read More Direitos da Natureza Read More PrevAnteriorComitesinos institui GT para definir mecanismo e preço pelo uso da água Próximo45 anos resumidos numa estampaNext Compartilhe
Movimento Roessler oferece curso de Gestores Ambientais Comunitários

A segunda turma do curso Gestores Ambientais Comunitários iniciou no sábado (15/08) na Fundação Evangélica de Novo Hamburgo. O curso é coordenado pelo Movimento Roessler para Defesa Ambiental e integra o Projeto VerdeSinos, patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental.Este foi o primeiro de um total de oito encontros. Histórico, princípios, características e estratégias de ação em Educação Ambiental, foram os temas ministrados pela bióloga Cristiane Fensterseifer Brodbeck. O encontro contou também com uma trilha de interpretação ambiental. Os alunos subiram o Morro da Fundação e foram motivados a recolher vestígios de ação antrópica e, ao final, apresentaram soluções para as ações antrópicas negativas. A educação reproduz ou transforma o social? Existe uma educação não ambiental? Existe solução para espécies exóticas invasivas? Estes foram alguns dos questionamentos propostos pela bióloga. “É preciso re-humanizar, se colocar no lugar do outro e partir para um novo processo civilizatório”, ressaltou Cristiane. A turma é composta por 40 lideranças comunitárias, integrantes de 15 instituições sociais da região da bacia hidrográfica do Rio dos Sinos. Ao final do curso, cada entidade participante deverá elaborar um projeto que traga algum benefício para a conservação da bacia Sinos, visando a possibilidade de ser contemplado através de fundos municipais de Meio Ambiente. O curso Gestores Ambientais Comunitários tem por meta formar lideranças capazes de identificar os problemas ambientais mais sensíveis à população e propor ações e projetos comunitários para enfrentar diretamente estes temas e/ou cooperar com mobilizações comunitárias. Trabalhar na implementação de ações públicas para lidar com as questões de tratamento de esgoto, reciclagem, coleta e destinação correta do lixo, proteção e recuperação de arroios e áreas verdes públicas, fiscalização comunitária das indústrias e outros temas correlatos. Cátia Cylene agosto 2015 Uma das turmas do projeto/Cátia Cylene/M. Roessler PrevAnteriorMovimento Roessler comemora 37 anos em defesa da ecologia
Movimento Roessler comemora 37 anos em defesa da ecologia

Uma das mais antigas e combativas ONGs do Rio Grande do Sul completou 37 anos de existência na última terça-feira, 16 de junho. Em quase quatro décadas, o Movimento Roessler para a Defesa Ambiental faz firme defesa dos ideais daquele que inspirou seu nome: Henrique Luis Roessler, pioneiro ecologista com atuação no Vale do Sinos. E é justamente nesta região que o “Movimento”, como é comumente conhecido, atua mais fortemente desde sua fundação em 16 de junho de 1978. A data marcou negativamente a história da Ecologia no Estado, a partir do famoso episódio da maré vermelha ocorrida na praia do Hermenegildo, no litoral sul gaúcho. Mas também inspirou um grupo de estudantes liderado pelo professor Kurt Schmeling a coletar assinaturas exigindo a solução para a tragédia. “Era o dia 16 de junho de 1978 e assim nascia o Movimento Roessler”, lembra Cátia Cylene, jornalista e ativista da ONG. Desde então um grupo de colaboradores passou a se reunir e discutir soluções para os problemas, não somente de Novo Hamburgo, como de outras cidades do Vale do Sinos, na Região Metropolitana de Porto Alegre, altamente industrializada. “É uma região que sempre sofreu com a poluição do setor coureiro-calçadista e de toda cadeia”, ressalta Cátia. AÇÕES DE PRESERVAÇÃO O atual presidente, Arno Kayser, explica que as ações do Movimento Roessler cresceram muito quando a entidade assumiu a direção do Comitesinos, uma espécie de conselho formado por representantes do poder público, do setor privado e ongs, que gerencia ações para a preservação das águas da bacia hidrográfica do Rio dos Sinos. Como exemplo de atuação, ele cita a realização de um curso de Formação de Gestores Ambientais Comunitários, além da conclusão do Plano de Bacia e um projeto de recuperação de matas ciliares e preservação de áreas verdes na região, chamado de Verdesinos. “Tivemos um salto ao assumirmos a direção do Comitesinos que permitiu colocar em escala maior nossa atuação”, afirma Kayser. Outra iniciativa de destaque foi o levantamento da Arborização de Novo Hamburgo. De acordo com Kayser, foram mais de 50 quilômetros de vistorias estudando uma amostra de mais de 10% das árvores da cidade. Apesar do trabalho no Comitesinos envolver boa parte da capacidade da entidade, o Movimento Roessler também está presente no Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), fiscalizando as ações do poder público e canalizando denúncias dos cidadãos. “Atualmente temos cerca de 300 colaboradores e simpatizantes que nos ajudam de várias maneiras. Uns mais ativos, outros mais com apoio moral e alguns com apoio financeiro”, conclui Kayser. ROESSLER, O HOMEM Henrique Luís Roessler, nome inspirador da ONG de Novo Hamburgo, nasceu em Porto Alegre em 16 de novembro de 1896, falecendo na mesma cidade em 14 de novembro de 1963. Foi um dos precursores da proteção ambiental no Brasil. Fiscalizava fontes poluidoras dos curtumes, derrubada de matas nativas, caça clandestina, sempre denunciando na imprensa os danos ao ambiente. Publicou 301 crônicas no Correio do Povo, sempre procurando alertar sobre os impactos ao meio ambiente, numa época em que pouco se comentava sobre o assunto. Criou, em 1955, a União Protetora da Natureza, com sede em sua própria casa. Essa entidade morreu com seu fundador. Um dos mais importantes órgãos ambientais do Rio Grande do Sul, a Fepam – responsável, entre outras coisas, pela fiscalização e licenciamento de empreendimentos no Estado – também carrega o nome do ambientalista, pois chama-se, oficialmente, Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler. Em 2006, a JÁ Editores lançou uma biografia do ecologista, assinada pelo jornalista Ayrton Centeno, que, além da história de vida do pioneiro, traz uma compilação das principais crônicas assinadas por Roessler no Correio do Povo. Carlos MatsubaraJornal JA, 22 de junho de 2015. PrevAnteriorMaterial sobre Roessler é repassado ao Arquivo Histórico PróximoMovimento Roessler oferece curso de Gestores Ambientais ComunitáriosNext
O cronista ambiental do Rio Grande do Sul

O cronista ambiental do Rio Grande do Sul Há 50 anos, em 14/11/1963, calou-se a pena de um dos mais importantes cronistas ambientais que o Brasil já teve, Henrique Luiz Roessler. Nas páginas do Correio do Povo Rural, às sextas-feiras, publicou cerca de 300 crônicas, entre 1957 e 1963. Não tinha diploma universitário, mas seus textos eram dignos de jornalista experiente: usando e abusando de uma fina ironia, atingiam em cheio seus leitores. Roessler nasceu em Porto Alegre em 16/11/1896, mas passou a maior parte da vida em São Leopoldo, onde ocupou os cargos de Capataz do Rio dos Sinos, Delegado Florestal e Fiscal de Caça e Pesca. Essas funções demandavam vistorias pelo Sinos e diligências em todo o RS; com as viagens, conheceu a realidade do Estado e ficou chocado com a destruição que encontrou já nos anos 1930. Em 1955, Roessler criou a primeira entidade ambientalista do RS, a União Protetora da Natureza (UPN). Em suas crônicas, Roessler denunciava a degradação do ambiente e oferecia soluções, relatava as atividades da UPN e conclamava os leitores à ação. Os temas mais frequentes de seus textos eram a poluição das águas, a questão florestal, a caça (especialmente de passarinhos), os direitos dos animais, a educação para a proteção ambiental, o questionamento da noção de progresso, a vida nas grandes cidades e a alienação humana perante a natureza. Para se ter uma ideia da atualidade das ideias de Roessler, nas páginas do Correio ele denunciava o desrespeito ao Código Florestal e a impunidade aos contraventores, lamentando que as leis não eram aplicadas “com a necessária rigidez”; apontava medidas de tratamento de esgotos que, se cumpridas pelas indústrias, acabariam com as mortandades de peixes nos rios; manifestou-se contra a vivissecção e a utilização de animais como cobaias nas pesquisas científicas; condenou o uso de pesticidas, antes mesmo de Rachel Carson. Em várias oportunidades, criticou a forma como o progresso era concebido pelo Ocidente: distante da natureza, a vida se tornava “mais neutra, técnica, fria, autômata, anônima e interesseira”. Hoje, em que presenciamos a agonia dos rios e oceanos em todo o planeta, a queimada histórica de nossas florestas e a tragédia de inúmeras espécies ameaçadas, as palavras de Roessler ainda fazem sentido. Se fosse vivo, ele estaria lutando por leis mais rigorosas e escrevendo textos críticos e mobilizadores sobre as temáticas atuais. Continuaria mostrando que a proteção da natureza é vital para o futuro de todas as espécies, inclusive a nossa. Por Elenita Malta Pereira Historiadora e biógrafa de Roessler Artigo publicado no jornal Correio do Povo, em 14-11-2013, p. 2 Henrique Roessler posando com armas recolhidas NOS ACOMPANHENAS REDES SOCIAIS Facebook Instagram Youtube ÚLTIMAS NOTÍCIAS O cronista ambiental do Rio Grande do Sul Read More Uma reflexão sobre sapos, ecologia e política Read More Tá ruim, mas tá bom Read More Movimento Roessler aciona MP sobre o arboricídio no Parcão Read More PrevAnterior45 anos resumidos numa estampa Compartilhe
Material sobre Roessler é repassado ao Arquivo Histórico

(Publicado em 11/12/2002)Com o objetivo de preservar e de disponibilizar ao público parte do patrimônio e da história do Movimento Ecológico Gaúcho, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) está repassando ao Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, por meio de uma parceria com a Secretaria da Cultura, grande quantidade de material sobre o pioneiro ecologista Henrique Luiz Roessler (imagem ao lado), patrono do órgão ambiental. São cartazes, panfletos, fotos, documentos oficiais assinados e outros que testemunham o trabalho de uma vida que deu origem ao movimento ambientalista no Estado e no Brasil. O repasse do material será oficializado durante cerimônia nesta quinta-feira (12), a partir das 14h, no Salão Negrinho do Pastoreio do Palácio Piratini (Praça Marechal Deodoro, s/n.°; centro de Porto Alegre). Na ocasião, serão lançadas as Resoluções da Confema 2002 (Conferência Estadual do Meio Ambiente) e assinado o Decreto de Criação do Parque Estadual de Itapeva, em Torres. Estarão presentes: o governador Olívio Dutra; os secretários estaduais do Meio Ambiente, Claudio Langone; da Cultura, Luiz Marques; o diretor-presidente da Fepam, Nilvo Luiz Alves da Silva; outras autoridades públicas; Maria Luiza Roessler, neta do pioneiro ecologista; além de ambientalistas e interessados na causa ecológica. O evento será aberto ao público. PIONEIRISMO – A história moderna mostra que a preocupação com a degradação ambiental em nosso país não é recente e nem exclusiva dos ecologistas. Ainda na época de Colônia Portuguesa, alguns brasileiros já manifestavam seu descontentamento com o uso irracional dos recursos naturais e alertavam sobre os efeitos que isso poderia ter para o futuro do país. “Destruir matos virgens, e sem causa, como até agora se tem praticado no Brasil, é extravagância insofrível, crime horrendo e grande insulto feito à natureza. Que defesa produziremos no tribunal da razão quando nossos netos nos acusarem de fatos tão culposos?”, perguntava José Bonifácio, em 1821 (*). Na época, no entanto, suas palavras não encontraram eco numa ação prática em benefício da preservação. Quase uma década após a Abolição da Escravatura, no dia 16 de novembro de 1896, nascia Henrique Luiz Roessler, em Porto Alegre. Com pouca idade, foi levado pela família para o município de São Leopoldo, no Vale do Rio dos Sinos. No fim da década de 30, deixando um pouco de lado a rotina burocrática, começa efetivamente seu trabalho em defesa do ambiente gaúcho. Atuando como voluntário, obteve o cargo de Delegado Florestal para o Rio Grande do Sul, quando desenvolveu ampla ação contra a caça e a pesca predatórias, contando com quase 400 colaboradores em várias regiões do Estado. Com essa atividade, obteve amigos e inimigos. Esses últimos fizeram com que o ecologista fosse demovido de seu cargo por exercê-lo gratuitamente. Em 1953, passou a escrever artigos para o Suplemento Rural do Correio do Povo. Ele publicou mais de 300 crônicas para o veículo até 1963. Seus textos eram incisivos e abordavam temas recorrentes, como queimadas, caça ilegal, desmatamento e reflorestamento, escassez de peixes, poluição industrial, arborização urbana, questão indígena, crescimento descontrolado das cidades. Em 1° de janeiro de 1955, tornou-se fundador e principal ativista da provável primeira entidade ambientalista do Brasil – a União Protetora da Natureza (UPN). A Fepam (instituída pela Lei 9.077/1990 e implantada em dezembro de 1991) tem suas origens na Coordenadoria do Controle do Equilíbrio Ecológico do Rio Grande do Sul, criada na década de 70, e no antigo Departamento de Meio Ambiente da Secretaria de Saúde e Meio Ambiente, hoje Secretaria Estadual da Saúde. Também é fruto da atuação de Roessler a criação de ONGs como Agapan (Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural), Upan (União Protetora do Ambiente Natural) e Movimento Roessler para Proteção Ambiental. Como testemunha de uma natureza ainda pouco afetada pelas ações do Homem, Roessler observou com pesar o avanço do desmatamento, da fumaça das queimadas, do despejo de resíduos nas águas de mares, lagos, rios e arroios. O processo crescente de degradação do Rio dos Sinos, por onde chegaram ao Brasil os primeiros imigrantes alemães, e também de outros mananciais gaúchos, era motivo de enorme desgosto:“No verão, quando seu volume d’água fica muito reduzido e não existe correnteza, esse rio (dos Sinos) apresenta todos os característicos de maciça contaminação, tornando-se a água suja, grossa e malcheirosa de tanta imundície que carrega. Atinge tal grau de saturação de matérias orgânicas e fecais, resíduos cloacais e industriais, substâncias químicas tóxicas e ácidas, que mata não apenas os peixes, mas o consumo dessas águas fortemente poluídas ou um simples banho no rio também oferecem sério perigo à saúde e até a vida de quem delas se serve”, escreveu em 1958. Henrique Roessler faleceu em 14 de novembro de 1963, não tendo acompanhado e nem combatido o avanço dos agrotóxicos e da monocultura no setor agrícola brasileiro, patrocinado pela chamada Revolução Verde. Fonte: Semas Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul PrevAnteriorEncontro Estadual de São Borja PróximoMovimento Roessler comemora 37 anos em defesa da ecologiaNext
Encontro Estadual de São Borja

Ocorreu em São Borja o XIX Encontro Ecológico Estadual, no começo de maio, reunindo ecologistas de 14 entidades gaúchas. Anama (Barra do Ouro), Clepei (Porto Alegre), Mov. Roessler (Novo Hamburgo), Asepan (Santa Maria), Agapan (Porto Alegre), CEA (Rio Grande/Pelotas), Geepaa (Pelotas), Upan (São Leopoldo), Fundação Gaia (Porto Alegre), Gesp (Passo Fundo), Ama (Guaíba), Abepan (Bento Gonçalves), Apn-VG (Gravataí/Cachoeirinha), e a anfitriã Aspan (São Borja) sob o tema geral “A Globalização e o Movimento Ecológico”. Foi decidida a fortificação da Apedema – Assembléia Permanente das entidades de Defesa do Meio Ambiente. O próximo encontro será organizado pelo Movimento Roessler, provavelmente no Sítio Pé na Terra, em Lomba Grande, com o tema geral “A Juventude e o Mov. Ecológico” e o seguinte pela APN-VG – Associação pela Preservação da Natureza do Vale do rio Gravataí. Encontros temáticos serão realizados de sessenta em sessenta dias. O próximo, a cargo da CLEPEI, será sobre o Programa Pró-Guaíba; depois, a cargo da UPAN, sobre Ecoturismo, e o seguinte, a cargo da ASEPAN, sobre a Questão Energética e o Modelo de Desenvolvimento. Fonte: A Gira Azul Cidade de São Borja PróximoMaterial sobre Roessler é repassado ao Arquivo HistóricoNext
Ecologistas pedem que Prefeito reconsidere sua decisão, que consideram pouco democrática

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Movimento Roessler teme que fábrica de vidro vá poluir

DefesaO Movimento Roessler para Ambiental está preocupado com a possibilidade de que a fábrica de vidro que a empresa Cisper está instalando em Campo Bom traga sérios problemas à população daquele municipio e também a moradores de Novo Hamburgo. Na última terça-feira, o coordenador do Movimento Roessler. Sergio Rolim, esteve em Tapes, verificando os danos que uma subsidiária da Cisper está causando nas margens da Lagoa dos Patos, e entrou em contato com técnicos da Coordenadoria de Controle do Equilibrio Ecológico da Secretaria Estadual da Saúde e do Meio Ambiente. A eles, Rolim perguntou sobre as providências que a empresa está adotando para evitar a poluição da fábrica. As informações obtidas, segundo Rolim, não bastaram para tranqüilizar. A coordenadoria recebeu, há cerca de um mês, um projeto industrial que inclui os equipamentos que servirão para controlar a poluição que a fábrica pode provocar. Entretanto, segundo afirmaram os técnicos Lidio Nunes, Richard Perrit e Laércio Camargos, à nossa reportagem, os dados enviados pela empresa foram insuficientes. Novas informações terão de ser solicitadas para que se possa medir a capacidade da fábrica de evitar a poluição. Além disto, algumas informações fornecidas à Coordenadoria de Controle do Equilíbrio Ecológico suscitaram dúvidas. LAGONo projeto industrial a empresa afirma. por exemplo, que os restos que forem eliminados através da água serão levados a um lago situado ao lado da fábrica. Deste lago, já purificada, a água correria para o rio dos Sinos, através de uma sanga natural.A dúvida, no caso, está no fato de que não existe lago em área contigua à da indústria. Isto, segundo os técnicos, lhes trouxe preocupações. A empresa pode estar pretendendo utilizar os banhados próximos ao rio dos Sinos para purificar a água, mas se fosse este o caso isto deveria a ter ficado claro no projeto industrial. É possível que demore algum tempo ainda, para que os técnicos possam dar seu parecer sobre a potencialidade poluidora da fábrica de vidro. Em geral, este . trabalho pode ser feito em 30 ou 60 dias, diz Lidio Nunes. Entretanto, não há como marcar prazos porque tudo depende dos dados que a empresa fornece. Quando eles são insuficientes, como no caso da Cisper, é necessário mais tempo para solicitar novos dados. PREOCUPAÇÃO ANTIGADe acordo com Rolim, há muito tempo o Movimento Roessler preocupa-se com a poluição que a Cisper poderá causar. A primeira razão desta preocupação é o tamanho da indústria. Quanto maiores são as dimensões de uma fábrica, explica Rolim, maiores são as possibilidades de que ela cause danos ao meio ambiente. Também foram recebidas diversas informações de pessoas que se preocupavam com o problema. Por esta razão, o Movimento Roessler iniciou um trabalho de investigação, em novembro do ano passado. O objetivo era verificar se a empresa tinha um projeto de controle de poluição e até que ponto ele era eficiente o bastante para evitar danos ao meio ambiente.O principal motivo de preocupação, en-tretanto, foram as informações extraídas de uma palestra de um técnico paulista, Luiz Bocardi, da Comercial Vidraria San- ta Maria. Este técnico explicou que uma fábrica de vidro que trabalha com 240 to- neladas de areia por dia, usando um filtro com eficiência de 80 por cento, solta diariamente no ar 14,4 toneladas de areia; 4.3 toneladas de soda cáustica e 5,8 toneladas de outros materiais utilizados na produção industrial de vidro. A fábrica da Cisper, entretanto, é gigan- tesca e pretende trabalhar com 600 toneladas diárias de areia. Neste caso, com um filtro de 80 por cento de eficiência, jogaria no ar, ainda assim, 36 toneladas de areia. 10.75 toneladas de soda cáustica e 14,5 toneladas de outras substâncias, todos os dias. Cabe notar, ainda, que o técnico paulista considera quase impossível conseguir um filtro de eficiência tão grande e que, além dos materiais já indicados, a indústria também pode desprender enorme volume de gás carbônico, que é altamente tóxico. METAL CORROÍDOO problema mais alarmante, no caso destes cálculos estarem corretos, é a deliberação da soda cáustica no ar. Esta substância ataca metais, corroendo estruturas de ferro e telhados de alumínio, por exemplo. Mais grave do que isto é o fato de prejudicar diretamente o homem. A soda cáustica, segundo Rolim, além de ser tóxica, corrói os tecidos que formam os órgãos dos seres humanos.A areia não causa problemas diretos à saúde, mas polui pela enorme quantidade que pode ser jogada no ar, na forma de pó fino. Entre os outros materiais também se incluem substâncias corrosivas. SEM GARANTIASRolim não afirma que estes problemas sejam inevitáveis. É possível que a Cisper tenha formas de contê-los. O que se deseja, diz ele, são garantias. Ele lembra, entretanto, que mesmo que a eficiência da filtragem seja de 99 por cento, a indústria poderá estar lançando uma grande quantidade de poluentes no ar: 1.800 quilos de areia; 537 quilos de soda caustica e 732 quilos de outros materiais.. PDF Title Download PrevAnteriorMovimento Roessler oferece curso de Gestores Ambientais Comunitários Compartilhe